"As religiões não existem para separar os homens uns aos outros: foram pensadas para uni-los"
Gandhi
Comecei por conhecer um, depois outro e depois outro. E em todos reconheci algo em comum. A chama que os consumia de serem revolucionários, cada um à sua maneira, mas sempre em serviço para com outros. Líderes espirituais. Luzes no meio do mundo.
As suas obras foram realizadas principalmente na Ásia (mas não só).
Índia e Tibete. Dois países com tanto para contar...
Não sei sequer se preciso de legendar...
Ler a bibliografia desta mulher e destes dois homens é simplesmente inspirador. Sente-se em nós o tanto que podemos ser e fazer e ao mesmo tempo a humildade de sabermos que somos apenas intermédio da obra de alguém. Mas que mesmo nisso podemos ser o melhor, caso queiramos.
Madre Teresa (cristã):
A irmã que se sente inspirada a ajudar os pobres, tendo iniciado a sua jornada em Calcutá de forma determinada, o que levaria o seu projecto a um nível mundial.
Referido por ela nos seus escritos privados, duas palavras a definiam: o "sim" e o "sorriso". Duas palavras pelas quais, ela rezava que a definissem. Ser luz na escuridão foi a missão que decidiu abraçar. E em todos a quanto tocou permaneceu com o seu brilho mesmo depois de falecer.
Gandhi (hindu):
A marcha contra o imposto do sal definido pelos britânicos foi o rastilho. Iniciando-se então a longa marcha de independência da Índia. A revolução contra a desigualdade e em favor da liberdade. A roca que fia a paz do mundo.
Uma das frases proferidas por Gandhi revela o trabalho interior, a vontade de sermos mais e melhores em cada instante, em cada tarefa, em cada relação. Algo que é partilhado pelas três figuras aqui referidas:
"A nossa grandeza está não tanto em sermos capazes de refazer o mundo, mas sobretudo em sermos capazes de nos refazermos a nós mesmos"
As lutas de Gandhi permanecem vivas. A sua Índia iniciou uma mudança, mudança essa que nunca se completou. Embora Gandhi tenha tentado incluir os impuros (dalits) na sociedade, ainda hoje em dia eles são excluídos, representando um em cada seis indianos. No entanto, existem hoje em dia dalits capazes de sonhar com a integração na sociedade (apenas os que vivem nas cidades) e daí se note que a mudança já se iniciou, mas ainda não tem fim à vista.
Dalai Lama (budista):
A crença que existe o eleito que de forma contínua reencarna em homem e faz com que os designios se cumpram. O poder da meditação, da união a algo maior. O seu estudo por parte da neurociência que detecta os efeitos desta fortaleza em forma de união.
A crença que a ordem natural é a de não conflito, não agressão. A certeza que o desejo de comprender e a compaixão e empatia pelos outros é um meio fundamental na busca da felicidade.
Dalai Lama é um lutador que defende o Tibete e a sua cultura como ninguém. Conhecido mundialmente pela sua atitude pacificadora. Dá uma lição de simplicidade misturada com a autoridade que lhe é confiada.
Três líderes com os quais me identifico.
